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segunda-feira, 20 de novembro de 2017

A Força do Querer- Critica

 


Fazia tempo em que uma novela não marca o horário nobre desde Avenida Brasil(João Emanuel Carneiro) e lembrando que desde Avenida Brasil a Globo passou por um horário nobre sombrio em que os brasileiros desistiram de assistir a novelas como “Babilonia”,” Salve Jorge”, “A Lei do Amor”, “Velho Chico”, novelas que não  apresentavam qualquer semelhança com realidade, personagens poucos cativantes, porém Glória Perez, foi a única autora que conseguiu com excelência fazer com que o brasileiro voltasse com prazer a assistir uma boa dramaturgia, vamos aos fatos do que de fato, A FORÇA DO QUERER, se destacou



Ritinha, Bibi e Jeiza, um trio de protagonistas femininas  fortes que foram o fio condutor da novela, apesar de não ter um protagonista  único, essas mulheres funcionaram como um núcleo principal de três núcleos e vários outros, cada um com sua característica, Ritinha, a menina de Parazinho que sempre quis se tornar sereia, cresceu com Zeca e se apaixonou por ele, porém no dia do seu casamento, fugiu com Ruy para o Rio de Janeiro. Bibi, uma mulher que termina  seu noivado com Caio, para viver ao lado de Rubinho e buscar o seu amor intenso e grande.  Jeiza, uma policial forte responsável por ajudar a controlar o trafico de drogas e armas no Rio de Janeiro, também é apaixonada por MMA e um dia quer ganhar o seu cinturão, sendo mais focada em seu trabalho do que na sua vida amorosa.

Bibi, Ritinha e Jeiza



 Entre esse núcleos há vários outros que deram o tom certo para a novela, como o drama de Ivana, uma mulher que não se aceitava como mulher por se descobrir que é um homem transexual, vivendo os conflitos mais densos e bem construídos, outro núcleo interessante foi Silvana, uma jogadora compulsiva que fazia de tudo para ir para uma jogatina, entrando em dividas e mentindo para família, outro núcleo que badalou a novela foi de Eugenio, um homem em que quer sair de sua empresa e mudar a  direção de sua vida, saindo de sua empresa de advocia, porém conhece Irene, uma mulher que não tem limites para conseguir o que quer, até conseguir com que Eugênio, rompe seu casamento com Joyce.







Ivana



                 
Silvana

     
Irene, Eugenio e Joyce


A Força do Querer também se destacou por uma direção de fotografia incrível, cenas muito bem dirigidas e trabalhadas que se aproximam realmente da realidade de como as coisas acontecem.  O diretor Rogério Gomes soube trazer planos, ângulos e composições de cenas bem harmônicas com o resto da novela



Destaco também uma menção honrosa para Juliana Paes, que deu o que falar e causou um burburinho por sua atuação como Bibi, na fase em que se tornou a Bibi Perigosa, conhecida como Baronesa do Pó, vale lembrar que a personagem de Bibi Perigosa, foi baseado de fato na história real de Fabiana Escobar e todos os dramas ao conviver com o trafico. Juliana mostrou parte do  que Fabiana Escobar viveu de maneira crua, o que é a vida no crime, e como são as escolhas erradas que estamos suscetíveis a fazer, além de dividir opiniões como fazer um papel que faz “apologia ao crime”, mas discordo, Juliana só retratou o drama de várias mulheres que entram no mundo do crime por um amor cego ao marido e que se iludem. Outro destaque para Carol Duarte, a atriz estreante que talvez pegou um dos papeis mais densos em retratar o drama de Ivana/Ivan, o tema da transexualidade foi tratado de forma leve, instigante que nos faz aproximar mais desse universo e conhecer ele de perto. Jonathan Azevedo(Sabiá) também foi um destaques dessa incrível dramaturgia, para alguém que só ia aparecer em apenas três cenas, Sabiá, o dono do Morro do Beco, mostrou para o que veio, além de comandar o morro e dar ordem “nos probrêmatico”, “passou a visão” para todos nós que todo o público assustou com o tamanho destaque de Jonathan Azevedo, gerando até comentários preconceituosos de pessoas que não queria ver Jonhatan na rua ou fazer selfie com o ator, por estar representando um papel de um de um traficante, mas pessoas ignorantes que não sabem distanciar um papel, da realidade e da pessoa que o ator é.


Bibi Perigosa

Sabía


Ivan




Glória Perez soube trazer temas e diálogos bem trabalhados em cada personagem, como por exemplo o drama de Ivana em se aceitar como homem  e os desafios da transição de gênero para passar, do lado oposto vemos Nonato, um travesti que se aceita por completo e que apesar de suas dificuldades por trabalhar em um emprego convencional e medo de que seu chefe Eurico( Humberto Martins), descobrisse quem ele realmente era.




A trilha sonora da novela foi impecável, tanto nacional como internacional, músicas que de fato conversavam com os personagens, como “Sereia” de Roberto Carlos, composta especialmente para a novela que trouxe de forma viva o drama de Ritinha. Os funks de Mc Kevinho, como “Olha a explosão” badalou a novela com os baile funk vivdo por Bibi, na fase de Periogosa. Outra trilha que badalou foi o sertanejo de “Sei de Cor” da rainha da  sofencia Marilia Mendonça em que demonstrava bem o que era Jeiza e Zeca, outra música que foi de grande sensibilidade de direção foi “De toda cor” de Renato Luciano que retratou o drama dos transexuais, travestis e toda a causa LGBT.











O destaque maior vai para Glória Perez que trouxe temas pertinentes a serem debatidos em sociedade e que de fato aproximam com a realidade, sabemos que a novela é uma obra aberta apenas baseada na realidade, mas A Força do Querer se aproximou de fato da realidade de várias pessoas e com assuntos que a sociedade não conseguia enxergar  ou não  estavam acostumados  a ver e entende: como os  transexuais, travestis, os compulsivos por jogos, a violência na cidade


Glória Perez, autora da novela


Sobre o fim da novela, cumpriu o seu papel, porem, deixou algumas pontas soltas, durante o capitulo final faltou algumas resoluções  em que durante a novela isso tudo foi falado mas no ultimo capitulo como a verdadeira identidade do boto e quem era o pai de Ritinha, outro ponto foi a verdadeira motivação de Irene(Débora Falabella)  se ela estava com Eugenio por vingança, ou algo do seu passado, essa questões caíram do edifício garagem junto com sua morte, apenas esses pontos, no mais a história foi concisa com fins previsíveis, porém, uma novela com pouquíssimos erros, resta saber se O OUTRO LADO DO PARAÍSO, de Walcyr Carrasco, vai continuar o pique de Glória Perez.












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