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quarta-feira, 1 de agosto de 2018

Crítica: Master Chef Brasil 2018




Depois de longo meses acompanhando o Masterchef Brasil 2018, chegamos a mais uma final, de um lado um mais querido por todos da internet, mezanino e platéia, do outro lado, a mulher de 36 anos, dona de casa, de temperamento forte, talvez a mais odiada por todos. Hugo e Maria Antonia, frente a frente em uma final que teria como principal objetivo, resgatarem tudo o que aprendeu durante a sua jornada e trazer a tona toda a sua cozinha da melhor forma, Hugo decidiu trabalhar com releituras de pratos brasileiros, num tom mais contemporâneo , enquanto Maria Antonia, focava em sua cozinha italiana, em um tom mais clássico.




Durante o  programa, os finalistas tiveram  que servir entradas, Maria Antonia foi a primeira, servindo um Rangu de Gomumelos com ovo mollet  trufas e torrada. Enquanto Hugo apresentou um Camarão no vapor com caldo de tucupi e capuchina. Dos jurados o prato de Maria Antonia levou a melhor, porém no prato de Hugo, apenas o camarão passou um pouco do ponto. Nos pratos principais, Hugo trouxe um Ragu de Coelho com pirão de leite e brotos de agrião, apesar dos jurados se surpreenderem com a parte do pirão de leite, serviu de força para Hugo ganhar força, enquanto Maria, serviu um Parpadelle de Vitella e farofa de tutano, apesar do problema com a massa não chegar e a falta de cozimento, críticas apontadas por Fogaça e Carosella, o que ficou a ser disputado, a melhor sobremesa de todas, para desempatar a final, Hugo fez uma torta de Maçã com sorvete de cumaru, as críticas em relação ao prato foi apenas uma falta de açúcar, enquanto a gaucha fez um  Biscoito champanhe com sorvete de mascarpone e calda de chocolate. Apesar de críticas sobre o sorvete não está no ponto e faltar um café para completar a sobremesa e ambos recaíram na sobremesa.

O que mais me chamou atenção nessa edição, foi todo o favoritismo de Hugo, do Brasil, da internet e do próprio mezanino que duro foi ao julgar Maria Antônia e fazer a destabilizar, principalmente Rita, que queria de alguma forma afrontar a sua ex-companheira de programa. Maria veio de uma família, dona de restaurante, ja foi modelo, trabalhou em agencia de publicidade, largou tudo para se dedicar totalmente a família como dona de casa, largou tudo para estudar gastronomia, com cursos de sommelier e um dia pretende abrir um bar de vinhos com um menu harmônico,  lutou para isso, mesmo  contra a vontade dos pais. Puxada para uma cozinha clássica, acredita que o Masterchef é a chance para chegar a seu sonho. Enquanto Hugo, paulista, cirurgião dentista há dois anos, mas não se sente realizado em sua profissão, sua cozinha representa um lugar de alivio, fazendo o que ama, e vê no programa uma oportunidade de mudar de vida, consegue excelência tanto em pratos doces, como salgados.


Claro que vale ressaltar a vice-vitória de Hugo, levou os prêmios individuais conquistados na prova e o curso nas escola de gastronomia Le Cordon Bleu, no Canadá. Hugo agora tera mais chances de seguir para o que realmente quer com vice liderança, apesar da idade, o paulista ainda tem potencial para chegar a outros patamares, agora que está infeliz em sua função como dentista cirurgião, enquanto que Maria Antonia, uma mulher, mais velha, os desafios são ainda maiores







Maria Antônia se destacou tanto por seu lado positivo e negativo, impulsiva, nervosa, emotiva que mutias vezes apelava com o pessoal de sua equipe, ou se desesperava e muitas das vezes ficava marcado por seu choro em quase toda a edição, devido as duras críticas de seus oponentes e os próprios jurados, mas isso tudo não serviu para desanimar e sim torna-la confiante, chegando a ter sua vitória na edição 2018 do programa. Vale destacar que com uma grande minoria torcendo a seu favor, sua vitória tornou ainda mais bela, por conseguir calar a boca de quem desejava sua perda e também de quem achasse que ela não seria capaz. Maria Antônia é o exemplo de que uma dona de casa, pode sair para tentar novas oportunidades, apesar de tempos dificeis, sabemos que o preconceito por ser mulher é ainda maior, sua vitória traduz ainda mais as forças das mulheres, mesmo sendo tão marginalizadas por mercado machistas. Aqui Maria Antônia passa de primeira mulher segundo o autor Guilles Lipovestk em seu livro "A Terceira Mulher", em que o autor mostra as diversas fases das mulheres ao longo de anos e como ela mudou ao longo do tempo
Maria Antonia então passa de  primeira mulher, a que era a marginalizada, desprezada  alienada as funções de casa, para a Terceira Mulher, aquela que busca legitimidade em tudo o que faz, na area familiar, profissional, amorosa e sexual.

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